A hipótese de Oparin e Haldane - Origem da vida por evolução química.
A vida teria surgido de matéria inanimada, com associações entre as moléculas até a formação de moléculas mais complexas. Essas moléculas acabaram se organizando de modo a originar os primeiros seres vivos. Tal hipótese foi primeiro sugerida na década de 1920 pelos cientistas Oparin e Haldane.
Segundo esta teoria a vida é resultado de um processo de evolução química em que compostos orgânicos se combinaram originando moléculas orgânicas simples como aminoácidos, açúcares,bases nitrogenadas, ácidos graxos, etc.
Da combinação dessas substâncias surgiram outras ainda mais complexas como proteinas, lipídios, ácidos nucléicos, etc.
Finalmente, essas substâncias originaram estruturas com capacidade de auto-duplicação e metabolismo, que seriam os primeiros sers vivos.
Existia também as condições fundamentais para que exista vida: água em estado líquido, moléculas orgânicas e fonte de energia para as reações químicas.
Embora não exista um consenso sobre a composição da atmosfera primitiva, foi proposto no início que, provavelmente, era formada por metano (CH4), amônia (NH3), gás hidrogênio (H2) e vapor d’água (H2O).
Não havia gás oxigênio (O2) ou ele estava presente em baixíssima concentração; por isso se fala em ambiente redutor, isto é, não oxidante.
Nessa época, a Terra estava passando por um processo de resfriamento, que permitiu o acúmulo de água nas depressões da sua costa, formando os mares primitivos.
As descargas elétricas e as radiações eram intensas e teriam fornecido energia para que algumas moléculas presentes na atmosfera se unissem, dando origem a moléculas maiores e mais complexas: as primeiras moléculas orgânicas. É importante lembrar que na atmosfera daquela época, diferentemente do que ocorre hoje, não havia o escudo de ozônio (O3) contra as radiações, especialmente a ultravioleta, que, assim, atingiam a Terra com grande intensidade.
As moléculas orgânicas formadas eram arrastadas pelas águas das chuvas e passavam a se acumular nos mares primitivos, que eram quentes e rasos. Esse processo, repetindo-se ao longo de muitos anos, teria transformado os mares primitivos em verdadeiras “sopas nutritivas”, ricas em matéria orgânica. Essas moléculas orgânicas poderia ter-se agregado, formando coacervados, nome derivado do latim coacervare, que significa formar grupos.
No caso, o sentido de coacervados é o de conjunto de moléculas orgânicas reunidas em grupos envoltos por moléculas de água.
Esses coacervados não eram seres vivos, mas uma primitiva organização das substâncias orgânicas em um sistema semi-isolado do meio, podendo trocar substâncias com o meio externo e havendo possibilidade de ocorrerem inúmeras reações químicas em seu interior.
Não se sabe como a primeira célula surgiu, mas pode-se supor que, se foi possível o surgimento de um sistema organizado como os coacervados, podem ter surgido sistemas equivalentes, envoltos por uma membrana formada por lipídios e proteínas e contendo em seu interior a molécula de ácido nucléico. Com a presença do ácido nucléico, essas formas teriam adquirido a capacidade de reprodução e regulação das reações internas.
Nesse momento teriam surgido os primeiros seres vivos que, apesar de muito primitivos, eram capazes de se reproduzir, dando origem a outros seres semelhantes a eles.