quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Texto 54 - Destaque - Febre Amarela

O que é?

A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, de curta duração (no máximo 10 dias), gravidade variável, causada pelo vírus da febre amarela, que ocorre na América do Sul e na África.

Qual o microrganismo envolvido?

O vírus RNA. Arbovírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae.

Quais os sintomas?

Os sintomas são: febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina).

Como se transmite?

A febre amarela é transmitida pela picada dos mosquitos transmissores infectados. A transmissão de pessoa para pessoa não existe.

Como tratar?

Não existe nada específico. O tratamento é apenas sintomático e requer cuidados na assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido numa Unidade de Terapia Intensiva. Se o paciente não receber assistência médica, ele pode morrer.

Como se prevenir?

A única forma de evitar a febre amarela silvestre é a vacinação contra a doença. A vacina é gratuita e está disponível nos postos de saúde em qualquer época do ano. Ela deve ser aplicada 10 dias antes da viagem para as áreas de risco de transmissão da doença. Pode ser aplicada a partir dos 9 meses e é válida por 10 anos. A vacina é contra-indicada a gestantes, imunodeprimidos (pessoas com o sistema imunológico debilitado) e pessoas alérgicas a gema de ovo.

A vacinação é indicada para todas as pessoas que vivem em áreas de risco para a doença (zona rural da Região Norte, Centro Oeste, estado do Maranhão, parte dos estados do Piauí, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), onde há casos da doença em humanos ou circulação do vírus entre animais (macacos).




A origem do vírus causador da febre amarela foi motivo de discussão e polêmica durante muito tempo, porém estudos recentes utilizando novas técnicas de biologia molecular comprovaram sua origem africana. O primeiro relato de epidemia de uma doença semelhante à febre amarela é de um manuscrito maia de 1648 em Yucatan, México. Na Europa, a febre amarela já havia se manifestado antes dos anos 1700, mas foi em 1730, na Península Ibérica, que se deu a primeira epidemia, causando a morte de 2.200 pessoas. Nos séculos XVIII e XIX os Estados Unidos foram acometidos repetidas vezes por epidemias devastadoras, para onde a doença era levada através de navios procedentes das índias Ocidentais e do Caribe.

No Brasil, a febre amarela apareceu pela primeira vez em Pernambuco, no ano de 1685, onde permaneceu durante 10 anos. A cidade de Salvador também foi atingida, onde causou cerca de 900 mortes durante os seis anos em que ali esteve. A realização de grandes campanhas de prevenção possibilitou o controle das epidemias, mantendo um período de silêncio epidemiológico por cerca de 150 anos no País.

A febre amarela apresenta dois ciclos epidemiológicos de acordo com o local de ocorrência e o a espécie de vetor (mosquito transmissor): urbano e silvestre. A última ocorrência de febre amarela urbana no Brasil, foi em 1942, no Acre. Hoje, ainda se teme a presença da febre amarela em áreas urbanas, especialmente depois do final da década de 70, quando o mosquito Aedes aegypti retornou ao Brasil.

O ciclo silvestre só foi identificado em 1932 e desde então surtos localizados acontecem nas áreas classificadas como áreas de risco: indene (estados do Acre, Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Distrito Federal e Maranhão) e de transição (parte dos estados do Piauí, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

No período de 1980 a 2004, foram confirmados 662 casos de febre amarela silvestre, com ocorrência de 339 óbitos, representando uma taxa de letalidade de 51% no período.

SITUAÇÃO EM 2017

Leia a reportagam de 31/01/2017 
Fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2017/01/aumentam-casos-de-febre-amarela-ja-e-o-pior-surto-registrado-no-brasil.html

Aumentam casos de febre amarela; já é o pior surto registrado no Brasil Foco da transmissão está no Espírito Santo e também em Minas Gerais. Preocupação da OMS é que a doença se espalhe para outros estados.

Os casos de febre amarela já superaram o pior ano da doença e, em menos de um mês, bateram o recorde histórico. O Ministério da Saúde atualizou os números e a situação pode ser ainda pior, porque as informações sobre o número de casos nos estados levam um dia para chegar ao ministério.

O foco da transmissão está no Espírito Santo e também em Minas Gerais. A preocupação da Organização Mundial de Saúde é que a doença se espalhe para outros estados, por causa de viagens, como as férias e o Carnaval.
Em Minas Gerais, pacientes continuam lotando postos de saúde para tomar a vacina contra febre amarela. O número de casos suspeitos chegou a 712 na segunda-feira (30), de acordo com a Secretaria de Saúde do estado e há 40 mortes confirmadas. Minas é o estado mais afetado do país.
Em São Paulo, o número de mortes subiu de três para seis. A Secretaria de Saúde disse que duas pessoas foram infectadas no interior do estado e as outras quatro ficaram doentes em viagem a Minas.

No Espírito Santo, há 30 casos sendo investigados. Em alguns postos de vacinação, foi preciso distribuir senha para atender tanta gente. Nas contas do Ministério da Saúde, o país já tem 107 casos confirmados da doença e 46 mortes. É o maior surto já registrado no país até hoje e o número pode ser ainda maior, porque o governo federal divulga os balanços com um dia de atraso em relação aos dados encaminhados pelos estados.
O Distrito Federal tinha seis casos suspeitos de febre amarela, mas todos já foram descartados. Essa é uma área com recomendação de vacina e, por isso, esse mês o Ministério da Saúde mandou um reforço: ao todo, 50 mil doses. O problema são algumas cidades goianas que ficam bem pertinho, na região entorno de Brasília, onde nem todo mundo está conseguindo encontrar a vacina.
Não tem vacina em Luziânia. Nem no Novo Gama, onde os postos de saúde estão em reforma. A secretaria está pedindo para as pessoas procurarem Brasília. Alega que ainda está treinando funcionários para aplicar a vacina.
Também está faltando em Itumbiara, que faz divisa com Minas Gerais. O governo de Goiás informou que o estoque vai ser reforçado em 80 mil doses, que só chegam no dia 6.
Na Bahia, onde há seis casos suspeitos, a preocupação com a febre amarela levou muita gente aos postos. Na capital, Salvador, que não é considerada área de risco, moradores procuram clinicas particulares. Caroline levou os dois filhos para tomar a vacina. Ela está preocupada com o Carnaval.
Exatamente por causa das viagens e também por conta do movimento de macacos infectados, a Organização Mundial da Saúde informou que novos casos devem ser detectados em outros estados do país, em áreas que antes não estavam com risco de transmissão.
O Ministério da Saúde informou que está reforçando o estoque de vacinas em 11,5 milhões de doses para estados que registram casos suspeitos e também para os que fazem divisa. Repetiu que todos os casos notificados até agora são do ciclo silvestre de transmissão e que o risco de urbanização da febre amarela é muito baixo.
A vacina é indicada apenas para moradores de áreas de risco e para quem vai viajar para esses locais. Mulheres grávidas, que estejam amamentando, e pessoas em tratamento com quimioterapia, radioterapia, não devem tomar a vacina.
O epidemiologista Pedro Luiz Tauil, professor da Universidade de Brasília, diz que o caminho agora é o que o governo está tomando: vacinar quem está em áreas de risco. Mas ele lembra que fora das épocas de surto, é preciso manter atenção redobrada no programa de vacinação, principalmente nos municípios que têm recomendação permanente da vacina e são menores, nem sempre mantêm um controle sobre a cobertura vacinal.
“O que eu estou defendendo hoje é que os municípios tenham também não só equipes fixas em centros de saúde, mas equipes móveis, volantes que possam atingir a população mais vulnerável. Qual é? A população que vive em área rural ou próxima de áreas rurais e que não demandam vacina em áreas urbanas”, afirmou o professor da UNB, Pedro Luiz Tauil.
Existe uma discussão na área médica, sem consenso, de que a vacina contra a febre amarela deveria ser incluída no calendário nacional de vacinação para imunizar todas as crianças do país, não apenas as que vivem em áreas de risco. Isso para evitar que a doença se espalhe.

Mais informações: Ministério da Saúde 

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Texto 50- Distribuição Geográfica dos Animais

As espécies terrestres tendem a se estabelecer em determinadas áreas e formar as regiões faunísticas ou zoogeográficas.

As  regiões de acordo com a presença de certos animais e de barreiras geográficas são as seguintes:

NEÁRTICA
Localiza-se na América do Norte e abrande desde o norte do México até a Groenlândia. Abriga bisões, bois-almiscarados, caribus, cabras, lebres, lemingues, cães-de-pradaria, coiotes, linces, ursos, furões, diversas aves (corvos, corujas, cotovias, falcões) e répteis.

PALEÁRTICA
Abrange a Europa, a Ásia ( ao norte do Himalaia) e a África (ao norte do monte Atlas). Entre os animais, há bisões, cabras, javalis, esquilos, veados, toupeiras, macacos, ursos, porcos-espinhos, ratos, lobos e entre as aves, rouxinóis, cucos, cegonhas e pica-paus.

ORIENTAL
Localiza-se na Ásia, ao Sul do Himalaia. Há rinocerontes, tigres, panteras, elefantes indianos, gibões, orangotangos, társios, búfalos, mangustos, antas, pavões, galos silvestres e cobras.

ETIÓPICA
Compreende a África (ao sul do monte Atlas) e parte da Ásia. Há leões, hienas, zebras, girafas, antílopes, hipopótamos, elefantes, gorilas, chimpanzés, búfalos, antilopes, rinocerontes, avestruzes, crocodilos e muitas espécies de cobras.

AUSTRALIANA
Abrange a Austrália e as ilhas do Pacífico. Há ornitorrincos, equidnas, marsupiais (cangurus e coalas), morcegos, pássaros-liras, papagaios, quivis e tuatara (um tipo de lagarto).

NEOTROPICAL
Compreende a América do Sul, a Central e o Sul do México. Há tatus, preguiças, tamanduás, antas, capivaras, onças, gambás, pumas, jaguatiricas, lhamas, micos, sagüis e imensa variedade de aves, répteis e anfíbios.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Texto 49-i- Manguezal


O manguezal é um ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e aquático, característico de regiões tropicais e subtropicais, sujeito ao regime de marés. É constituído por espécies vegetais lenhosas típicas, adaptadas às condições específicas deste ambiente.



São sistemas abertos, recebendo, em geral, um importante fluxo de água doce, sedimentos e nutrientes do ambiente terrestre e exportando água e matéria orgânica para o mar ou águas estuarinas.


O solo do manguezal caracteriza-se por ser úmido, salgado, lodoso, pobre em oxigênio e muito rico em nutrientes. Por possuir grande quantidade de matéria orgânica em decomposição, por vezes apresenta odor característico, mais acentuado se houver poluição. Essa matéria orgânica serve de alimento à base de uma extensa cadeia alimentar, como por exemplo, crustáceos e algumas espécies de peixes. O solo do manguezal serve como habitat para diversas espécies, como caranguejos.

Os manguezais desempenham um importante papel como exportador de matéria orgânica para os estuários, contribuindo para a produtividade primária na zona costeira. Por essa razão, constituem-se em ecossistemas complexos e dos mais férteis e diversificados do planeta. A sua biodiversidade faz com que essas áreas se constituam em grandes "berçários" naturais, tanto para as espécies típicas desses ambientes, como para animais, aves, peixes, moluscos e crustáceos, que aqui encontram as condições ideais para reprodução, eclosão, criadouro e abrigo, quer tenham valor ecológico ou econômico.

A destruição dos manguezais gera grandes prejuízos, inclusive para economia, direta ou indiretamente, uma vez que são perdidas importantes frações ecológicas desempenhadas por esses ecossistemas. Entre os problemas mais observados destacam-se o desmatamento e o aterro de manguezais para dar lugar a portos, estradas, agricultura, carcinicultura estuarina, invasões urbanas e industriais, derramamento de petróleo, lançamento de esgotos, lixo, poluentes industriais, agrotóxicos, assim como a pesca predatória, onde é muito comum a captura do caranguejo-ucá durante a época de reprodução, ou seja, nas "andadas", quando torna-se presa fácil. É preciso conhecer e respeitar os ciclos naturais dos manguezais para que o uso sustentado de seus recursos seja possível.



46 - Biodiversidade - Distribuição da vida na biosfera
46-a-Tundra
46-b-Taiga
46-c-Florestas Temperadas
46-d-Florestas Tropicais
46-e-Campos
46-f-Desertos
47- Ameaças à biodiversidade
48- Biociclo Marinho

Texto 49h- Mata dos Cocais

Localizada nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, entre a floresta Amazônica e a caatinga, a mata dos cocais ou babaçuais e formada por vários tipos de palmeira: babaçu (o principal), carnaúba, oiticica e buriti. Das sementes do babaçu extrai-se óleo, usado na culinária e na indústria, álcool, fibras e outros produtos. Da carnaúba são extraídos ceras utilizadas em produtos de polir e encerar; suas folhas são também usadas para tecelagem; e os troncos, na construção de moradias.

A mata dos cocais é desmatada para as monoculturas, o que afeta o ambiente e as pessoas que dependem da comercialização dos produtos do babaçu e da carnaúba.

Texto 49-g- Mata de Araucária

Também chamada de pinheral ou florestal de araucárias, é um tipo de floresta de clima subtropical, que se encontra em regiões elevadas das serras do Mar e da Mantiqueira e nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo, correspondendo a cerca de 15% do território brasileiro.

A espécie vegetal predominante é o pinheiro-do-paraná, cujo termo científico é Araucaria angusrifolia, origina o nome desse bioma. Também há canela, imbuia, erva-mate, cedro, angico, gameleira, podocarpo e samanbaiaçu.

Entre os animais, há várias espécies de insetos, de aves (como a gralha-azul e o sabiá) e de mamíferos (como o tatu), muitas das quais se alimenta, do pinhão (a semente do pinheiro).
Mais de 95% da mata de araucária foi devastada para a retirada de madeira e o cultivo de eucaliptos e pinheiros diferentes do pinheiro-do-paraná.

Texto 49-f- Pantanal

O pantanal ou Pantanal Mato-Grossense ocupa a região oeste de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, na bacia do rio Paraguaia, entre 100 m e 200 m de altitude. Como na bacia o declive é pequeno, o escoamento dos rios é lento e, na época das chuvas (geralmente de outubro a março), cerca de dois terços do pantanal ficam alagados. Nos outros meses, os rios voltam ao curso normal e deixam várias lagoas. O solo é fértil não tanto por sua composição, mas por causa do material orgânico trazido pelos rios.

Ele pode ser dividido em três áreas:
- alagadas – a vegetação de gramíneas desenvolve-se no inverno e serve de alimento para o gado.
- de eventuais alagamentos – além de vegetação rasteira, apresenta arbustos e palmeiras;
- que não sofrem inundação – predomina o cerrado e, em locais mais úmidos, há espécies arbóreas da floresta tropical; esses trechos de mata não alagados servem de abrigo aos animais durante o período das cheias.

Nas lagoas há vegetais aquáticos flutuantes – como o aguapé, a erva-de-santa-luzia, a elódea, a salvínia e a vitória-régia – e fixos com folhas emersas – como o sagitária. Entre as plantas submersas, há a cabomba e a utriculária (planta carnívora que se alimenta de invertebrados aquáticos microscópicos).

Há também extensos capinzais (que servem de pastagem para o gado), ipês, jatobás, cambarás, imbiriçus, acácias, piúvas, pequizeiros, imbaúbas, timbó, carandá, e angico-vermelho.

As espécies animais são exuberantes, principalmente as aves e os peixes. Entre os mamíferos, podemos citar: a onça-parda (suçuarana) e aonça-pintada, a jaguatirica, o gato-do-mato, o lobo-guará o cachorro-vinagre, que caçam o porco-do-mato; a capivara, o cervo-do-pantanal, a anta, os preas. São  encontrados também a lontra, a ariranha, o tamanduá-bandeira e o tatu-canastra.

No pantanal há maior diversidade de aves do mundo, com mais de seiscentas espécies: garças, socós, colhereiros, tucanos, cabeças-seca, anhumas, biguás, gaivotas, arara, patos, marrecos, urubus, gaviões-reais, araras, papagaios, periquitos, mutuns, emas, seriema, Martins-pesacdores e jaburus (tuiuiús, símbolos do pantanal). Entre os répteis, há o jacaré-do-pantanal, a sucuri e o sinimbu (um lagarto). Dos peixes, destacam-se o pintado, o dourado, o jaú, o pacu, o surubim, a traíra,  o lambari e a piranha.

A pecuária é extensiva e a pesca são as atividades econômicas dominantes na região, mas a agricultura sem controle em certos locais, com os garimpos de ouro e de diamante, tem provocado o assoreamento de alguns rios, a erosão do solo e a contaminação da fauna por agrotóxicos.
A destruição da fauna pela caça clandestina e pela pesca sem controle é um dos maiores problemas da região.

É possível planejar a pecuária e o extrativismo, além da criação de jacarés, capivaras e outros animais, com a utilização controlada da maior fonte de peixes de água doce do mundo.

46 - Biodiversidade - Distribuição da vida na biosfera
46-a-Tundra
46-b-Taiga
46-c-Florestas Temperadas
46-d-Florestas Tropicais
46-e-Campos
46-f-Desertos
47- Ameaças à biodiversidade
48- Biociclo Marinho

Texto 49-e- Pampas

Os pampas ou campos do sul localizam-se no exgtremo sul do páis, principalmente no Rio Grande do Sul. A vegetação dominante é formada por gramíneas de pequeno pote, com poucos arbustos espalhados. De modo geral, não há árvores (são encontradas algumas ao longo dos rios e na região litorânea);por isso são chamados também de campos limpos (por ter também vegetação arbórea e arbustiva, o cerrado é chamado de campo sujo).


A região é utilizada na produção de trigo, arroz, milho e soja, o que vem provocando a erosão do solo, e para a pecuária. Muitos animais, como  o tatu e diversos roedores, cavam tocas. Entre os carnívoros, há o gato-do-pampa, o zorrilho (espécie de raposa) e o guaxinim. Entre as aves, encontram-se o marreco, o tachã e o quero-quero. 

Texto 49-d- Cerrado

O cerrado ou campo cerrado ocupa cerca de 2,3 milhão de quilômetros quadrados do Brasil central, em parte dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul. Maranhão, Minas Gerais e quase todo o estado de Goiãs e de Tocantins.  Aparece também em Sçao Paulo e no Paraná. Considerando as zonas esparsas do Norte, Nordeste e Sul, a extenção do cerrado atinge cerca de 2 milhões de quilômetros quadrados, aproximadamente, 25% do território nacional.

O clima é quente, com períodos alternados de chuva e seca (inverso seco e verão chuvoso). A vegetação assemelha-se à da savana e, na estação seca, pode queimar espontaneamente. Por isso o fogo no cerrado parece ter um ciclo mais ou menos regular e algumas espécies vegetais dependem Del para a reprodução e florescem apenas após uma queimada. As árvores permanecem vivas graças àsw raízes profundas e aos caules subterrâneos ou à presença de uma cutícula espessa, rica em súber (cortiça) no caule, que age com isolante térmico.

Além de árvores esparsas, há arbustos e gramíneas. Os caules das árvores são tortuosos, com folhas coriáceas; comumente, as raízes longas atingem as reservas de água subterrânea.

Em condições naturais , osolo é muito ácido, com baixo conteúdo de cálcio e magnésio e grande quantidade de alumínio, o que dificulta a absorção de nutrientes pelas raízes. Os troncos têm aspecto recurvado e torcido porque, periodicamente, as gemas (pontes de crescimento) na ponta dos caules são destruídas pelo fogo. Com isso, as gemas laterais crescem e provocam a curvatura do caule.

Durante a seca, algumas plantas perdem as folhas, outras perdem também os ramos e fica apenas o caule subterrâneo. Entre as plantas típicas, há o barbatimão, o pau-santo, o araçá, o pau-terra, a catuaba, o indaiá, o Gonçalo-alves, a sucupira, a gariroba, o angico, a caviúna, ipê-do-cerrado, a peroba-do-campo e o pequizeiro. Entre as plantas herbáceas, há o capim-flexa, o capim-barba-de-bode e o cajueiro-do-campo. Além da madeira e de produtos medicinais, outros produtos podem ser extraídos das árvores: cortiça, tanino (extraído do barbatimão e usado par curtir couro), óleo (do pequi, fruto do pequizeiro), frutos (mangaba, jatobá, murici).

Entre os mamíferos, há o tamanduá-bandera, o tatu-bolo e o tatu-canastra, característico da America do Sul e ameaçados de extinção. São encontrados ainda o quati, o macaco-prego, o sagu, o rato-do-mato e o veado-campeiro, além de carnívoros, como a onça-pintada, a suçuarana, a jaguatirica, o lobo-guará, ou guará, o cachorro-vinagre, o furão, o cangambá eo guaxinim.

Entre as aves, citamos a seriema, a gralha, a asa-branca, o papagaio, a araraúna, o tucano, a coruja, o pica-pau, o urubu-rei, o socó, a ema (maior ave das Américas), o gavião-preto, o gavião-carcará e urubu-rei).

De répteis, encontram-se a jararaca, a cascavel, a jibóia, a sucuri, os lagartos, os cágados e os jabuis. Nos rios há rica variedade de peixes.

Se tratado com fertilizantes e tendo a acidez corrigida com calcário, o solo do cerrado é muito útil para a agricultura, usando principalmente para a produção de cana-de-açúcar, soja e milho e para a criação de bovinos. No entanto, o uso inadequado e o desmatamento excessivo têm levado ao esgotamento e à erosão desse solo, com risco de desertificação. A poluição por agrotóxicos, a caça predatória e a extração de madeira também ameaçam esse ecossistema.

Texto 49-c- Caatinga

A caatinga ocupa aproximadamente 1 milhão de quilômetros quadrados (cerca de 10% do território brasileiro) e estende-se pelos estados do Nordeste (Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia) e pelo norte de Mingas Gerais.

Trata-se de uma zona quente e seca, de clima semi-árido, com baixo índice pluviométrico e estações de seca prolongada. Na época das chuvas, a vegetação é verde.  No período das secas, a caatinga não tem folhas e seu aspecto é esbranquiçado; daí o seu nome, que em tupi significa “mata branca”.
A vegetação está adaptada ao clima seco (plantas xerófilas). E comum a família das cactáceas, que incluem pequenas plantas, como o quipá.

Existem também plantas grandes e arborescentes, como o mandacaru, o facheiro, a coroa-de-frade e o xiquexique. Destacam-me também a maniçoba, o marmeleiro, o umbuzeiro, a barriguda e os ipês. A oiticica e o juazeiro caracterizam-se por não perderem suas duras folhas na época das secas. A barúna, o pau-ferr, o sabiá e a aroeira são exemplos da boa madeira desse ecossistema.

Não há grande variedade de espécies animais. Estão presentes alguns mamíferos, como o sagüi-do-nordeste, o macaco-prego, o tatupedba, o mocó(pequeno roedor) , o gambé, o preá, o caititu, o veado-catingueiro e a cutia. Entre as aves, estão o carcará, a gralha-canção, a ema, a seriema e a pomba-avoante. Há também répteis – como o calango, a jibóia e a cascavel – e anfíbios – como o sapo-cururu.

Como todos os ecossistemas brasileiros, a caatinga também está ameaçada; restam 50% da vegetação original. Nela, o desmatamento leva rapidamente à desertificação. A construção de canais e açudes é importante porque permite regar pastos e plantações. A irrigação do solo ajudaria a aumentar a produção de milho, feijão, mandioca e algodão.

46 - Biodiversidade - Distribuição da vida na biosfera
46-a-Tundra
46-b-Taiga
46-c-Florestas Temperadas
46-d-Florestas Tropicais
46-e-Campos
46-f-Desertos
47- Ameaças à biodiversidade
48- Biociclo Marinho

Texto 49-b- Mata Atlântica

Também conhecida como floresta pluvial costeira, a mata Atlântica é uma floresta tropical, de clima quente e úmido, que se estende, em fragmentos esparsos, ao longo do litoral brasileiro. Das florestas tropicais, é a que apresenta a maior diversidade de espécies do mundo.

Entre as árvores, há o jequitibá-rosa a quaresmeira, o fedegoso, o ipê, a embaúda, a palmeira-juçara (que fornece o palmito), a canela, o jacarandá, o cedro e a peroba. No interior da floresta há grande variedade de trepadeiras, mata-paus e pteridófitas.

Na mata Atlântica vivem diversos mamíferos, muitos ameaçados de extinção: marsupiais (como o gambé e a cuíca-d-água), primatas (como o muriqui, o mico-leão, o mico-leão-fourado, o sagüi-preto e o macaco-prego), guaxinins (mão-pelada), coatis, onças-pintadas, gatos-do-mato, cachorros-vinagre, suçuaranas, caxinguelês, cutias, ouriços-cachoerios, porcos-do-mato, tatus, pacas, tamanduás-mirins, capivaras, antas e preguiças.

Entre as aves: macuco, inhambu, patos selvagens, gaviões, mutum, saracura, tié-sangue, sanhaço, araponga e muitas espécies de beija-flor.

Os répteis são respresentados pelos teipus (lagartos que podem ter mais de 1 metro de comprimentos), calangos, lagartixas, cágados, jabutis, jararacas, cobras-corais, surucucu e jibóia. Além deles, existem anfíbios, peixes e invertebrados.

Desde o início da colonização, a mata Atlântica foi o ecossistema que mais sofreu com a ação humana. A extração do pau-brasil (usado como fonte de corante vermelho para tecidos), o ciclo da cana-de-açúcar e o do café, a mineração, a extração de madeiras nobres, a pecuária, a caça predatória e a ocupação de cidades (cerca de 2/3 da população vivem em áreas originalmente ocupadas pela mata Atlântica) foramm os principais fatores da devastação ecológica dessa região. Restam apenas cerca de 7%, pouco mais de 10.000 km2, transformados em parques estaduais e nacionais, protegidos por lei.

Com o cerrado, a mata Atlântica é o ecossistema mais ameaçado do mundo, ao mesmo tempo que é um dos 25 hotspots(pontos quentes, em inglês), ou seja, regiões de grande biodiversidade e amaeaçadas de extinção. Ela apresenta também muitas espécies endêmicas (espécies exclusivas desse bioma).

46 - Biodiversidade - Distribuição da vida na biosfera
46-a-Tundra
46-b-Taiga
46-c-Florestas Temperadas
46-d-Florestas Tropicais
46-e-Campos
46-f-Desertos
47- Ameaças à biodiversidade
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Texto 49-a- Floresta Amazônica

A Floresta Amazônica  cobre a maior parte da região ao norte da América do Sul e é a maior floresta tropical pluvial do mundo, com clima quente e bastante úmido e chuvas abundantes. Como as demais florestas tropicais, a rápida reciclagem da matéria orgânica é fundamental para a manutenção da comunidade, uma vez que o solo é pobre em nutrientes.  

As matas de terra firme localizam-se em regiões mais altas, onde não ocorrem inundações. As matas de igapó situam-se em terrenos baixos, próximo a rios e, por isso, permanecem quase sempre inundadas. As matas de várzea são apenas temporariamente inundadas.

Há árvores altas, como cedro, virola, buriti, açaí, bacuri, cumaru, jatobá, seringueira e castanheira-do-pará, além de trepadeiras, como o guaraná, e grande número de epífitas. Na superfície das áreas tomadas pelas águas encontra-se a vitória-régia, vegetal com folhas circulares flutuantes, que podem chegar a 2 m de diâmetro.

Entre os mamíferos são comuns os primatas (guariba, barrigudo e outros macacos), os carnívoros (onça-pintada ou jaguar, cachorro-vinagre, coati, furão, jaguatirica, suçuarana ou onça-parda), tamanduás (que se alimentam de cupins), preguiças (que comem brotos de embaúba), esquilos, veados (galheiro, mateiro e catingueiro), porcos-do-mato (queixada e caititu) e mamíferos aquáticos (peixe-boi, boto, lontra e ariranha). 

Há grande variedade de aves como mutuns, tucanos, araras, papagaios, jacus e pássaros. Entre os répteis, há lagartos, jacarés, tartarugas e serpentes (como sucuri, jibóia, surucucu e jararaca). Existe também uma variada coleção de anfíbios (sapos, rãs e pererecas), peixes (pirarucu, tucunaré, pacu, tambaqui) e uma infinidade de invertebrados.

Além do assoreamento dos rios, a região da Amazônia vem sendo destruída por desmatamentos para ceder espaço à agricultura, pecuária e extração de madeira e minérios. A caça predatória e a contaminação dos rios por mercúrio dos garimpos também contribuem para a poluição e a destruição desse ecossistema.

Segundo alguns cálculos, cerca de 14% da vegetação original da Amazônia já desapareceu. Com a retirada da vegetação das florestas tropicais, a pequena parcela de nutrientes do solo é arrastada pela chuva. Essa retirada também diminui a umidade da floresta, pois grande parte da água das chuvas resulta da transpiração da própria floresta, e facilita a erosão do solo.

A preservação da Amazônia é de interesse mundial, pois ela abriga a maior biodiversidade do planeta e de tantas espécies podem ser obtidas novas variedades vegetas e animais ainda mais úteis ao ser humano – cerca de 25% de todos os remédios foram obtidos de produtos retirados das florestas tropicais. Além disso, a destruição de florestas tropicais aumenta o aquecimento global do planeta, por meio do efeito estufa, e provoca outras alterações climáticas.

A exploração das florestas tropicais deve ser feita de forma cuidadosa para não alterar o equilíbrio ecológico. A coleta de produtos vegetais deve ser realizada nas reservas extrativistas, especialmente delimitadas para isso, sem colocar em risco o ecossistema. No caso da floresta Amazônica é possível comercializar borracha, babaçu, dendê, cacau, açaí, guaraná e castanha-do-pará.
A extração da madeira deve ser feita de forma controlada e restrita, definindo-se um rodízio das regiões de extração e restrita, definindo-se um rodízio das regiões de extração plantando-se novas árvores. A mineração exige planejamento mais profundo, incluindo novas técnicas não poluentes, principalmente nos garimpos de ouro, evitando a todo custo a poluição por mercúrio.

Texto 49- Biomas Brasileiros

Com 8,5 milhões de quilômetros quadrados de território e grande variedade de clima, temperatura, solo e umidade, o Brasil abriga extraordinária diversidade de ecossistemas e de espécies animais e vegetais. No entanto, todos os biomas sofreram com a ocupação humana e parte da vegetação original já foi destruída.




Os biomas brasileiros são:











sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Texto 48- Biociclo Marinho

A biosfera é o conjunto de todos os ecossistemas do planeta. Para facilitar seu estudo, costumamos dividi-la em BIOCICLOS, que são: MARINHO ou TALASSOCICLO (conjunto de ecossistemas de água salgada); DULCÍCOLA ou LIMNOCICLO (conjunto de ecossistemas de água doce) e TERRESTRE ou EPINOCICLO (conjunto de ecossistemas de terra firme).

TALASSOCICLO 
Cobrindo cerca de 71% do globo terrestre, os oceanos e os mares formam o maior biociclo. Na água as condições climáticas estão menos sujeitas a mudanças. Por exemplo, a variação de temperatura é bem menor que no meio terrestre por causa da circulação da água. Por isso, há um número menor de habitats e de nichos ecológicos, o que torna sua diversidade de espécies inferior à do epinociclo.

Os oceanos podem ser divididos de acordo com a PROFUNDIDADE em: ZONA LITORÂNEA (corresponde à região entre a maré alta e a baixa); ZONA NERÍTICA (corresponde à região do mar com até cerca de 200m de profundidade sobre a plataforma continental); ZONA BATIAL (situa-se, em média, entre 200m e 2000m de profundidade); ZONA ABISSAL (encontra-se a mais de 2000m de profundidade).



A variação da luz em função da profundidade influencia a distribuição dos seres vivos no biociclo marinho. As regiões mais produtivas dos mares (onde se desenvolve a maior variedade de seres vivos) situam-se próximo às regiões costeiras, que recebem luz e sais minerais, importantes para a fotossíntese. A vida aquática é particularmente rica nos estuários, regiões da costa onde os rios se encontram com o mar.

A COMUNIDADE MARINHA
De acordo com sua capacidade de deslocamento, os organismos aquáticos podem ser divididos em: Plâncton , nécton, bentos.

- PLÂNCTON – formado pelo conjunto de seres que se deslocam passivamente na água, arrastados pelas ondas e correntes marinhas: algas microscópicas, protozoários, pequenos crustáceos, larvas de crustáceos, larvas de vários animais e medusas. Embora muitos desse seres possuam movimentos próprios, são fracos demais para vencer a focar da correnteza e das ondas. As algas formam o FITOPLÂNCTON e os animais microscópicos formam o ZOOPLÂNCTON.

- NÉCTON – inclui os seres com movimentos ativos, capazes de nadar e vencer as correntes, como os peixes e os mamíferos aquáticos.

- BENTOS – formados pelos seres que vivem no leito do mar. Alguns são fixos, como as algas macroscópicas, as esponjas, as ostras, as cracas e as anêmonas; outros se movem pelo fundo, como as estrelas-do-mar, os caranguejos, os siris e os caramujos.

46 - Biodiversidade - Distribuição da vida na biosfera
46-a-Tundra
46-b-Taiga
46-c-Florestas Temperadas
46-d-Florestas Tropicais
46-e-Campos
46-f-Desertos
47- Ameaças à biodiversidade
48- Biociclo Marinho

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Texto 47- Ameaças à biodiversidade

A biodiversidade pode ser definida como a variedade de organismos vivos, considerando todos os ecossistemas do planeta. Engloba a diversidade entre os indivíduos de uma mesmo espécie ( a diversidade genética), entre espécies e entre ecossistemas.


Atualmente, cerca de 1,4 milhão de espécies são conhecidas e catalogadas. Alguns cientistas estimam que devam existir em torno de 5 milhões de espécies ao todo, com margem de erro de 3 milhões para mais ou para menos. Essa estimativa exclui os seres procariontes.

Juntamente com outros países onde há florestas tropicais, o Brasil é um dos mais ricos em biodiversidade. Com 30% das florestas tropicais no mundo, detém aproximadamente 20% do número total de espécies conhecidas e a maior parte das espécies de mamíferos, peixes de água doce e angiospermas.

A degradação do ar, da água e do solo tem provocado desequilíbrio em vários ecossistemas, pondo em risco a sobrevivência de muitas espécies. Outras ameaças, como a caça esportiva e predatória e o comércio ilegal de animais, também têm contribuído para o desaparecimento de algumas espécies. A destruição de habitats e a introdução de espécies são fatores que alteram de maneira significativa os ecossistemas, ameaçando a biodiversidade.

Destruição de hábitats
A destruição de um hábitat, como uma floresta ou um recife de coral, afeta diretamente todas as espécies que vivem nele. A destruição é especialmente grave quando envolve espécies endêmicas, isto é, aquelas que vivem apenas em uma determinada região.

O desmatamento e a poluição são fatores que levam à destruição de habitats. Estima-se que, a cada ano, seja, destruídos cerca de 17 milhões de hectares de floresta tropical. Se essa tendência continuar, a previsão é de que, daqui a trinta anos, mais ou menos, 7% das espécies das florestas tropicais terão desaparecido.

A agropecuária exerce grande pressão ambiental sobre os ecossistemas naturais, pois a principal causa do desmatamento é a necessidade de aumentar a disponibilidade de solo para essas atividades. A expansão da fronteira agropecuária causa destruição das florestas, redução da biodiversidade, degradação solo, e contribui para mudanças climáticas e problemas sociais.

Extinção de espécies
A poluição e o desmatamento estão provocando cada vez mais a destruição de ecossistemas naturais e, consequentemente, ameaçando de extinção milhares de espécies.

A extinção de uma espécie é um evento irreversível. Além de causar a perda do patrimônio genético e evolutivo, a extinção também pode comprometer a estabilidade dos ecossistemas naturais, uma vez  que interfere nas relações que as espécies estabelecem umas com as outras. Por exemplo, certas plantas são polinizadas por apenas uma espécie de ave. Nesse caso, a extinção dessa ave pode significar também a extinção da planta polinizada.

As relações ecológicas entre as espécies de um ecossistema muitas vezes são tão interdependentes que em certas comunidades a biodiversidade pode ficar comprometida quando uma única espécie é retirada. Essas espécies são denominadas espécies-chave.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Texto 46-f - Desertos

Em geral os desertos  estão situados em torno de 30º ao norte e ao sul do equador, onde o ar que chega à superfície terrestre é muito seco, em regiões da África ( o deserdo do Saara é o maior do mundo), da Ásia, dos Estados Unidos, do México e da Austrália. As chuvas são raras, o clima é seco e o solo é árido. Na maioria das vezes, o dia é muito quente, com temperatura acima de 40º C, que pode chegar a 54oC. A noite é muito fria, pois por caixa da falta de vapor de água, o calor escapa rapidamente do solo.




Como há pouca água, a vegetação é pobre e esparsa. As poucas plantas que existem estão adaptadas ao clima seco (plantas xerófilas). A funa também é pobre. Além m de roedores (como o rato-canguru), há répteis (lagartos e cobras), insetos (besouros, grilos), aracnídeos (escorpiões) e aves (corujas), entre outros animais. 

Texto 46-e - Campos

Localizam-se em regiões tropicais e temperadas que recebem uma quantidade de chuvas intermediária entre o deserto e a floresta. Isso dificulta o desenvolvimento de árvores de grande porte e facilita o surgimento de plantas pequenas, como as gramíneas. Nos campos das regiões tropicais – como a SAVANA, na África e na Austrália, e o CERRADO, na região Centro-Oeste brasileira -, além das gramíneas, há arbustos e árvores esparsas. Nos campos das regiões temperadas surgem vastas extensões de capim, que recebem diferentes nomes: estepes, na Ásia e Europa; pradarias, na América do Norte; pampas, no sul da América do Sul.

A vegetação rasteira permite a sobrevivência de muitos animais herbívoros e, consequentemente, dos carnívoros que deles se alimentam, o que pode ser visto nas savanas da África, onde há antílopes, girafas, zebras, gnus, rinocerontes, leões, guepardos, chacais e hienas, entre outros animais.

Texto-46-d - Floresta Tropical

As florestas tropicais representam os ecossistemas com a maior biodiversidade do planeta. Elas foram um dos primeiros biomas a se formarem na Terra, sendo, portanto, um dos mais antigos. Antigamente, quando o clima do planeta era mais quente, as florestas tropicais se estendiam por toda a superfície do planeta, hoje em dia, elas ocupam uma área correspondente a 6% da superfície da Terra. Elas se situam próximas a linha do equador, ocupando uma área entre o Trópico de Câncer ao Norte e o Trópico de Capricórnio ao Sul, existindo assim, florestas tropicais na América do Sul, América Central, África, Ásia e Oceania. No Brasil, a floresta amazônica e a mata atlântica são exemplos de florestas tropicais.



As florestas tropicais, devido à proximidade com a linha do equador, apresentam um clima bastante quente, com médias anuais que ficam em torno de 20 °C. Apresentam também uma alta taxa de pluviosidade ou de precipitação. A grande quantidade de chuva é devida a evapotranspiração dos vegetais, que aumenta a umidade destas regiões, fazendo com que nelas, o regime de chuva seja maior.

O solo da floresta tropical é muito pobre em nutrientes, ou seja, pouco férteis. Isto se deve ao fato destes solos conterem uma camada de areia, que não retém os nutrientes, que são assim carregados pelas águas das chuvas. Porém, devido ao grande calor e umidade, aliados a sobra fornecida pelas copas das árvores, ocorre neste ambiente uma grande decomposição de matéria orgânica, animais mortos, fezes, folhas, galhos, etc. Esta decomposição forma uma camada de húmus, que em alguns pontos pode chegar a 50 centímetros.

A flora das florestas tropicais é representada por árvores de grande porte e com largas copas. Vista de cima, as florestas tropicais formam um imenso tapete verde devido às copas das árvores. Dentro da floresta se forma uma imensa sombra, pois como as copas se encontram próximas uma das outras, elas evitam que os raios solares cheguem ao solo. Fazem parte da flora das florestas tropicais as bromélias, begônias, orquídeas, cipós, briófitas, pau-brasil, jacarandá, peroba, jequitibá-rosa, entre outras.

As florestas tropicais abrigam mais da metade da fauna do nosso planeta. Existe uma variedade enorme de mamíferos, aves, répteis, anfíbios, insetos, etc. Podemos citar como exemplo os morcegos, gorilas, macacos, felinos como a onça-pintada, pica-pau, papagaios, araras, jacarés, tucanos, capivara, e uma infinidade de insetos como besouros, borboletas, grilos, formigas, entre outros. As florestas tropicais desempenham papel de fundamental importância para o planeta, pois sem a sua cobertura vegetal, estas regiões refletiriam ainda mais calor na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. Perder as florestas pode ainda afetar profundamente os padrões globais de ventos e chuvas, causando potencial aridez em várias áreas.

Apesar disso, continuam sofrendo com a atividade humana. O principal inimigo da floresta tropical é o desmatamento provocado pelo homem. O desmatamento ocorre para abrir áreas de pastagem para o gado, para a produção de papel, móveis e outros produtos e para construção de empreendimentos imobiliários. Os desmatamentos, junto com as queimadas tornam-se responsáveis por aproximadamente 30% do dióxido de carbono liberado no ar, aumentando a quantidade deste gás na atmosfera, e conseqüentemente a temperatura do planeta, além de causar a extinção de várias espécies animais e vegetais.


46 - Biodiversidade - Distribuição da vida na biosfera
46-a-Tundra
46-b-Taiga
46-c-Florestas Temperadas
46-d-Florestas Tropicais
46-e-Campos
46-f-Desertos
47- Ameaças à biodiversidade
48- Biociclo Marinho

Texto-46-c - Florestas Temperadas

Floresta temperada ou floresta decídua temperada, ou ainda, floresta caducifólia, por causa da queda das suas folhas no período do Inverno, é um bioma encontrado nas regiões situadas entre os pólos e os trópicos, característica das zonas temperadas húmidas e abrange o oeste e centro da Europa, leste da Ásia (Coreia, Japão, e partes da China) e o leste dos Estados Unidos. Situa-se, pois, abaixo da Taiga.



As temperaturas médias anuais são moderadas, embora a temperatura média vá cariando ao longo do ano. As quatro estações do ano encontram-se bem definidas. Os índices pluviométricos atingem médias entre 75 a 100 centímetros por ano. A energia solar que vai incindindo nas regiões de florestas temperadas é maior do que, por exemplo, nas tundras, e consegue atingir mais facilmente o solo, pois existem espaços maiores entre a copa das árvores do que, por exemplo, nas florestas tropicais.

O solo destas florestas é muito rico em nutrientes devido, sobretudo, ao processo natural de decomposição das folhas que vai enriquecendo o solo em nutrientes. A acumulação de matéria orgãnica dá-se, sobretudo nos primeiros horizontes do solo, que possuem, por isso, uma cor mais escura.
A vegetação das florestas temperadas é variada, desde as coníferas e árvores com folhas largas caducas, como as das florestas da Europa e da América do Norte, às árvores de folhas largas que se mantêm verdes todo o ano, típicas da Flórida e Sul da Nova Zelândia. Há vários tipos de florestas temperadas, mas as árvores de folha caduca são predominantes, embora apresentem também árvores de folha persistente, cujas folhas se encontram transformadas em agulhas.
A vegetação apresenta variações sazonais e o seu crescimento ocorre, sobretudo, na Primavera e no Verão.

Embora predominem as árvores, existem também arbustos e plantas herbáceas.
A cobertura vegetal pode apresentar até quatro estratos, desde grandes árvores até plantas rasteiras. Aparecem faias, carvalhos (como o carvalho-roble), castanheiros, abetos (como o abeto branco ou abeto do Canadá, muito frequente na Europa Central) e pinheiros (como o Pinheiro silvestre, comum em vários países da Europa e o Pinheiro-negro). Os abetos encontram-se preferencialmente em solos ricos e húmidos enquanto que os pinheiros, se encontram em solos pobres.

A fauna é variada e podem encontrar-se javalis, gatos bravos, linces, lobos, raposas, esquilos, veados, ursos, martas, muitos insectos, répteis e aves diversas, algumas de grande porte (águia de asa redonda, águia-real, ...). Aparecem ainda muitos invertebrados.
Nalgumas regiões, como forma de adaptação às baixas temperaturas do Inverno, alguns animais migram enquanto que outros hibernam. Outros ainda, como os esquilos, armazenam comida para ser usada durante o Inverno.

46 - Biodiversidade - Distribuição da vida na biosfera
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Texto-46-b - Taiga

A Taiga, também conhecida como floresta de coníferas ou floresta boreal, localiza-se exclusivamente no Hemisfério Norte, encontra-se em regiões de clima frio e com pouca humidade. Distribui-se ao longo de uma faixa situada entre os 50 e 60 graus de latitude Norte e abrange áreas da América do Norte, Europa e Ásia. Localiza-se, portanto, a Sul da Tundra.
O clima é subártico, com ventos fortes e gelados durante o ano todo. Estas florestas são frias e recebem pouca precipitação, 40-100 cm anualmente. As estações do ano são duas, Inverno e Verão. O Inverno é muito frio, longo e seco, caindo a precipitação sob a forma de neve; os dias são pequenos. O Verão é muito curto e húmido e os dias são longos.

Os valores da temperatura oscilam entre -54º e 21ºC.



O solo é fino, pobre em nutrientes e cobre-se de folhas e agulhas caídas das árvores tornando-se ácido e impedindo o desenvolvimento de outras plantas.
A vegetação é pouco diversificada devido às baixas temperaturas registadas (a água do solo encontra-se congelada), sendo constituída sobretudo por coníferas - abetos (como o Abeto do Norte) e pinheiros (como o Pinheiro silvestre), cujas folhas aciculares e cobertas por uma película cerosa, as ajuda a conservar a humidade e o calor durante a estação fria. Outra conífera que também pode aparecer é o Larício europeu de folha caduca - Lárice. Em certas condições também podem aparecer Bétulas e Faias pretas.

As florestas boreais demoram muito tempo a crescer e há pouca vegetação rasteira. Aparecem no entanto, musgos, líquenes e alguns arbustos.
As árvores demonstram a existência de adaptações ao meio. Sendo de folha persistente, conservam, quando a temperatura baixa, a energia necessária à produção de novas folhas e assim que a luz solar aumenta, podem começar de imediato a realizar a fotossíntese.
Embora haja precipitação, o solo gela durante durante os meses de Inverno e as raízes das plantas não conseguem água. A adaptação das folhas à forma de agulhas limita, então, a perda de água, por transpiração. Também a forma cónica das árvores da Taiga contribui para evitar a acumulação da neve e a subsequente destruição de ramos e folhas.

Os animais aqui existentes são alces, renas, veados, ursos, lobos, raposas, linces, arminhos, martas, esquilos, morcegos, coelhos, lebres e aves diversas como por exemplo pica-paus e falcões. Os charcos e pântanos que surgem no Verão constituem um óptimo local para a procriação de uma grande variedade de insectos. Muitas aves migradoras vêm até à Taiga para nidificar e alimentar-se desses insectos. Tal como na Tundra, não aparecem répteis devido aos grandes frios.
Muitos animais, sobretudo aves, migram para climas mais quentes assim que a temperatura começa a baixar. Outros ficam, encontrando-se adaptados através das penas, pêlos e peles espessas que os protegem do frio. Por vezes adaptam-se à mudança de estação através da mudança de cor das suas penas ou pêlos. A pele do arminho, por exemplo, muda de castanho escuro para branco, no Inverno, contribuindo assim para ajudar o animal a camuflar-se e a proteger-se dos seus predadores.

46 - Biodiversidade - Distribuição da vida na biosfera
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