domingo, 7 de fevereiro de 2016

Texto 36- Teorias sobre a Evolução dos seres vivos

Na biologia, Evolução  é a mudança das características hereditárias de uma população de seres vivos de uma geração para outra.  Este processo faz com que as populações de organismos mudem e se diversifiquem ao longo do tempo.

Antes de estudarmos  as Teorias sobre a evolução dos seres vivos (ou evolucionismo) é preciso saber que existe a teoria criacionista (ou criacionismo).

Criacionismo
De acordo com o criacionismo, as espécies são criadas por uma entidade superior - Deus -  e permanecem sempre iguais ao momento de sua criação (são espécies fixas), ou seja, as espécies não se alteram com o tempo. A ideia de que as espécies não mudam nem mudarão ao longo do tempo é conhecida como fixismo.

No  final do século XVIII e início do século XIX alguns naturalistas apresentaram suas ideias dizendo  que as espécies poderiam se modificar ao longo do tempo. Essa ideia é conhecida como transformismo (ou evolucionismo).

Os principais cientistas que iniciaram trabalhos importantes sobre este assunto foram Jean Baptista Lamarck e Charles Darwin. 

As ideias evolucionistas de Lamarck

O primeiro a tentar explicar o processo da evolução foi Jean-Baptiste Lamarck(1744-1829). Lamarck combatia as idéias criacionistas e fixistas da época, e foi o primeiro a tentar explicar cientificamente o mecanismo pelo qual a evolução  acontece. Para Lamarck, os seres vivos vão desenvolvendo determinados órgãos de acordo com suas necessidades de sobrevivência.


Segundo Lamarck, as transformações das espécies dependeriam de dois fatores, enunciados por lem como Leis do mecanismo da evolução

- Lei do uso e desuso dos órgãos -  De acordo com a lei do uso e desuso, um órgão desenvolvia-se com o uso e atrofiava-se com o desuso. Um exemplo clássico da lei do uso e do desuso é o crescimento do pescoço da girafa. Segundo Lamarck: Devido ao esforço da girafa para comer as folhas das arvores mais altas o pescoço do mesmo acabou crescendo.

- Lei da herança dos caracteres adquiridos -   alterações no corpo do organismo provocadas pelo uso ou desuso são transmitidas aos descendentes.




Na época, as idéias de Lamarck foram rejeitadas, não porque falavam na herança das características adquiridas, mas por falarem em evolução. Não se sabia nada sobre herança genética e acreditavam-se que as espécies eram imutáveis. Somente muito mais tarde os cientistas puderam contestar a herança dos caracteres adquiridos. Uma pessoa que pratica atividade física terá musculatura mais desenvolvida, mas essa condição não é transmitida aos seus descendentes.

Mesmo estando enganado quanto às suas interpretações, Lamarck merece ser respeitado, pois foi o primeiro cientista a questionar o fixismo e defender idéias sobre evolução. Ele introduziu também o conceito da adaptação dos organismos ao meio, muito importante para o entendimento da evolução.



As ideias evolucionistas de Darwin

Charles Darwin(1809-1882), naturalista inglês , expôs em seu livro A ORIGEM DAS ESPÉCIES suas idéias a respeito da evolução e do mecanismo de transformações das espécies. 



Aos 22 anos, embarcou a bordo do barco inglês Beagle, e durante cinco anos viajou ao redor do mundo. Nas terras visitadas coletou dados e inúmeros exemplares de organismos, que levou para a Inglaterra. 

Quando iniciou os estudos e a organização do material coletado como resultado de suas observações, Darwin admitiu que as transformações que ocorriam com as espécies eram alterações das espécies já existentes. Mas Darwin desconhecia as causas que levariam as espécies a se modificar. Uma pista surgiu quando, lendo um trabalho publicado por Thomas Malthus sobre populações, no qual afirmava que as populações tendem a crescer em progressão geométrica, e os alimentos cresciam em progressão aritmética. O crescimento acelerado da população levaria à escassez de alimentos e de espaço necessário à sobrevivência. 

A obra de Malthus contribuiu para que Darwin elaborasse a TEORIA DE SELEÇÃO NATURAL, na qual concluiu que todos os organismos que nascem nem sempre apresentam condições de sobrevivência. Apenas sobrevivem os que têm maiores condições de adaptarem-se às condições ambientais, e eles reproduzem-se deixando descendentes férteis.

A seleção natural constitui-se da ação limitante do meio, impedindo a sobrevivência dos indivíduos menos aptos e permitindo a sobrevivência e a reprodução dos melhores. O resultado de milhares de anos de seleção seria a adaptação da população ao meio e, eventualmente, a origem de uma nova espécie.

Darwin mostrou que a seleção natural tende a modificar as características dos indivíduos ao longo das gerações, podendo gerar o aparecimento de novas espécies.




O principal problema da teoria darwiniana foi não explicar a origem e a transmissão das variações. As mutações e as leis de Mendel não eram conhecidas na época.

Neodarwinismo ou teoria sintética da evolução

A teoria atualmente aceita para explicar a evolução é o neodarwinismo ou teoria sintética da evolução, desenvolvida a partir da década de 1930 com a contribuição de vários cientistas.

O neodarwinismo demostra que a evolução é resultado  da ação de vários fatores, como:

- a seleção natural,
- a mutação
- variedade genética (reprodução sexuada)
- a migração.

Mostra ainda que todos esess fatores alteram a frequência relativa dos genes, o que torna possível um estudo matemático da evolução.

Um fato importante para o desenvolvimento da teoria da evolução foi a redescoberta, em 1900, das leis de Mendel, que apesar de terem sido publicada em 1866, tinham permanecido ignoradas pela comunidade científica da época.