A seleção natural pode ser entendida como uma ação limitante do meio, impedindo a sobrevivência dos indivíduos menos aptos e permitindo a sobrevivência e a reprodução dos melhores. O resultado de milhares de anos de seleção seria a adaptação da população ao meio e, eventualmente, a origem de uma nova espécie.
Em uma população de insetos, a alta taxa de reprodução por via sexuada fornece populações extremamente variadas, nas quais a quantidade de genes mutantes diferentes é muito alta. Quando essa população é submetida a determinado inseticida por um período prolongado, os indivíduos sensíveis morrem e os mutantes resistentes sobrevivem. Gradativamente, geração após geração, diminui a quantidade de sensíveis e aumenta a de resistentes.
É importante ressaltar que a mutação resistente ao inseticida não foi provocada pelo produto. Ela já existia em baixa frequência. A ação do inseticida consistiu em selecionar positivamente a mutação e espalhá-la na população.
É claro que esse tipo de inseticida se torna incapaz de controlar o crescimento dos insetos a partir do momento em que toda a população for constituída por mutantes resistentes.
Com bactérias e antibióticos ocorre fenômeno semelhante.