sábado, 20 de fevereiro de 2016

Texto 49-d- Cerrado

O cerrado ou campo cerrado ocupa cerca de 2,3 milhão de quilômetros quadrados do Brasil central, em parte dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul. Maranhão, Minas Gerais e quase todo o estado de Goiãs e de Tocantins.  Aparece também em Sçao Paulo e no Paraná. Considerando as zonas esparsas do Norte, Nordeste e Sul, a extenção do cerrado atinge cerca de 2 milhões de quilômetros quadrados, aproximadamente, 25% do território nacional.

O clima é quente, com períodos alternados de chuva e seca (inverso seco e verão chuvoso). A vegetação assemelha-se à da savana e, na estação seca, pode queimar espontaneamente. Por isso o fogo no cerrado parece ter um ciclo mais ou menos regular e algumas espécies vegetais dependem Del para a reprodução e florescem apenas após uma queimada. As árvores permanecem vivas graças àsw raízes profundas e aos caules subterrâneos ou à presença de uma cutícula espessa, rica em súber (cortiça) no caule, que age com isolante térmico.

Além de árvores esparsas, há arbustos e gramíneas. Os caules das árvores são tortuosos, com folhas coriáceas; comumente, as raízes longas atingem as reservas de água subterrânea.

Em condições naturais , osolo é muito ácido, com baixo conteúdo de cálcio e magnésio e grande quantidade de alumínio, o que dificulta a absorção de nutrientes pelas raízes. Os troncos têm aspecto recurvado e torcido porque, periodicamente, as gemas (pontes de crescimento) na ponta dos caules são destruídas pelo fogo. Com isso, as gemas laterais crescem e provocam a curvatura do caule.

Durante a seca, algumas plantas perdem as folhas, outras perdem também os ramos e fica apenas o caule subterrâneo. Entre as plantas típicas, há o barbatimão, o pau-santo, o araçá, o pau-terra, a catuaba, o indaiá, o Gonçalo-alves, a sucupira, a gariroba, o angico, a caviúna, ipê-do-cerrado, a peroba-do-campo e o pequizeiro. Entre as plantas herbáceas, há o capim-flexa, o capim-barba-de-bode e o cajueiro-do-campo. Além da madeira e de produtos medicinais, outros produtos podem ser extraídos das árvores: cortiça, tanino (extraído do barbatimão e usado par curtir couro), óleo (do pequi, fruto do pequizeiro), frutos (mangaba, jatobá, murici).

Entre os mamíferos, há o tamanduá-bandera, o tatu-bolo e o tatu-canastra, característico da America do Sul e ameaçados de extinção. São encontrados ainda o quati, o macaco-prego, o sagu, o rato-do-mato e o veado-campeiro, além de carnívoros, como a onça-pintada, a suçuarana, a jaguatirica, o lobo-guará, ou guará, o cachorro-vinagre, o furão, o cangambá eo guaxinim.

Entre as aves, citamos a seriema, a gralha, a asa-branca, o papagaio, a araraúna, o tucano, a coruja, o pica-pau, o urubu-rei, o socó, a ema (maior ave das Américas), o gavião-preto, o gavião-carcará e urubu-rei).

De répteis, encontram-se a jararaca, a cascavel, a jibóia, a sucuri, os lagartos, os cágados e os jabuis. Nos rios há rica variedade de peixes.

Se tratado com fertilizantes e tendo a acidez corrigida com calcário, o solo do cerrado é muito útil para a agricultura, usando principalmente para a produção de cana-de-açúcar, soja e milho e para a criação de bovinos. No entanto, o uso inadequado e o desmatamento excessivo têm levado ao esgotamento e à erosão desse solo, com risco de desertificação. A poluição por agrotóxicos, a caça predatória e a extração de madeira também ameaçam esse ecossistema.